Habitar PortugalHP

A necessidade de identidade formal e de articulação com o lugar serve o duplo papel de resolução dos problemas internos da proposta e da relação com o bairro: as cotas de soleira bem como a protecção ao ruído da linha-férrea determinam que o edifício seja parcialmente enterrado e geram muros de suporte ou pátios que organizam o edifício; estes permitem não só o enquadramento do edifício para a percepção do seu significado e forma de articulação, como criam um espaço urbano de referência aberto à comunidade.
Esse partido arquitectónico, que estabelece a transição entre a rua e o silêncio do espaço religioso, tem correspondência formal na ausência de monumentalidade e no carácter luminoso dos espaços.
Pela rua principal acede-se aos espaços religiosos; pela secundária aos espaços de apoio. Entre eles existe uma galeria de infra-estruturas que articula os espaços exterior e interiormente.
A Capela caracteriza-se como um espaço alongado de organização axial e estrutura tripartida: entrada e pia de água benta; nave central; altar.
O Centro de Apoio Paroquial é constituído por sala polivalente e salas de catequese que se organizam em volta de um pátio.
No limite Sul localiza-se o parque de estacionamento. Pela sua relação com a Av. João XXI estabelece-se como uma plataforma de acesso onde o edifício é apreendido pela sequência dos volumes e pátios. 
Construtivamente o contraste entre o betão e a madeira serve, para além da oposição imediata entre materiais de suporte e de encerramento, o sentido táctil das superfícies de contacto com o corpo, onde a luz, cor, ritmo e textura são determinantes para a compreensão do espaço.