12-14,
Casa no tempo
Tudo começou com a recuperação de uma casa para consolidar as suas fundações, devido a um problema com a humidade capilar, que depois evoluiu para uma intervenção em extensão, a recuperação de um território. Uma proposta que surge a partir de uma compreensão dos relacionamentos com o tempo.
O primeiro é, obviamente, uma recuperação ou re-pensamento da ideia do que signi ca arquitectura tradicional... nós pensamos que há uma coisa surpreendente neste tipo de sistemas de construção tradicionais, onde o tempo reside na espessura das paredes.
Por isso, a intervenção não pode ser evocativa, em vez disso vem da ideia de construir espaço usando espessura.
A segunda relação é a ideia da materialidade, da autenticidade e tem a ver com as experiências... É sobre o que sabem as pessoas, sobre o que pode ser reconhecido pela experiência táctil, pela nossa memória. Neste sentido, a intervenção consiste mais na recuperação, na utilização e manutenção com a realização das melhorias técnicas e climáticas necessárias.
O terceiro elemento envolvido é a consideração de como viver na contemporaneidade; como uma casa existente, destinada ao espaço doméstico e uso agrícola, seria transformada numa casa de férias, e consequentemente como recuperar a escala doméstica do espaço. Alterar o modo de experimentar, de viver, através da criação de uma sequência espacial exterior, elementos depositados na paisagem, uma extensão do espaço exterior em termos de materiais; e a construção de uma piscina, quadrado largado no campo, desenhado como uma topogra a de praia.
Autor(es)
Manuel e Francisco Aires Mateus
Colaborador(es)
Maria Rebelo Pinto (coordenação), Matilde Girão e Luz Jiménez
Encomenda
Privada – adjudicação directa
Ano de conclusão
2014
Área geográfica
Montemor-o-novo