12-14,
Casas Caiadas
Um casal de lisboetas de meia idade lança-se numa aventura imobiliária e compra, por impulso, um pequeno terreno com quatro ruínas, denominado Moinho do Barroco. O local é remoto, sem acesso por estrada alcatroada, e apenas acessível no Verão, visto a ribeira encher e transbordar no Inverno.
Os primeiros tempos são passados a limpar o terreno e a ribeira e a pensar o que fazer. Decidem-se por tentar recuperar as construções originais, mantendo no possível tudo o que o faz único, mas transformando-o numa habitação. Na organização das diversas casas e muros, a influência da topogra a é óbvia, em especial dos Barrocos. A sua presença é notória, fazendo parte de todo o conjunto, lembrando-nos constantemente outros vestígios megalíticos existentes no Alentejo. O seu papel é fundamental também na estrutura das casas pois foram usadas como alicerces naturais na sua construção. As obras realizadas foram sobretudo de conservação, ou seja, destinaram-se a manter o que se julga original à data da sua construção ou última alteração. Não tendo nenhum registo grá co do local, procurou-se através de sucessivos levantamentos, identificar aquilo que deveria car, ser demolido ou alterado. Os princípios de projecto incidiram sobre três vertentes: limpar a obra, através da remoção de elementos dissonantes; desenhar espaços dentro dos volumes, mantendo ao máximo declives e cotas; utilizar materiais idênticos aos existentes ou reciclados do local, como alvenaria de pedra e telhas antigas.
Autor(es)
Luís Pereira Miguel com Filipe Martins Correia
Especialidades
Pereira Miguel Arquitectos
Encomenda
Privada – adjudicação directa
Ano de conclusão
2014
Área geográfica
Arraiolos