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O projecto para o novo hotel vínico insere-se numa estratégia que concilia a necessidade de expansão das instalações da Quinta do Vallado com a correcta integração na paisagem para que a solução, no seu conjunto, tenha um impacto mínimo. As duas vertentes ligadas ao vinho – produção e lazer – estão contempladas num único projecto que pretende possuir uma linguagem abstracta e telúrica. Dado o forte impacto paisagístico da envolvente, caracterizada por uma arquitectura natural que confere ao território um carácter singular, património mundial, o projecto concentra-se em resolver a inserção
de um novo volume condicionado por um longo e expressivo muro portante em xisto, que desenha uma acentuada curva no terreno.
O edifício encaixa-se nesta concavidade, desenvolvendo uma relação entre o que existe e o que não existe. Aqui reside a tensão do projecto, desta relação de confronto entre duas realidades, entre duas geometrias, entre dois tempos. O programa do hotel vínico concentra grande contenção espacial e formal. Os espaços desenham-se em função do uso, da luz, das vistas e, principalmente, do bem-estar.
Do interior, os artefactos valorizam a tradição local e a herança familiar dos seus proprietários descendentes da lendária D.a Antónia Adelaide Ferreira, a ‘Ferreirinha’ – através de fotogra as e esculturas do arquivo da família. Da construção, os materiais em bruto fixam a geometria e apelam às qualidades sensoriais das suas superfícies, e a matéria torna-se síntese e o tema.