12-14,
Lubango Centre
A pacificação de Angola e a subsequente estabilidade económica permitiu o início do desenvolvimento e da reconstrução urbana. Ao princípio exclusivamente centrada em Luanda, foi-se progressiva- mente estendendo a cidades do interior, como o Lubango, capital da província da Huíla. Esta pequena cidade é uma das grandes referências do urbanismo colonial português em África. O edifício multiusos está localizado numa zona consolidada, adjacente à praça principal da cidade e rodeado por alguns edifícios do período modernista de notável qualidade, ainda que muito delapidados.
Com nove pisos, o edifício consta de um programa misto de habitação, escritórios e comércio, servido por um estacionamento comum em cave.
No piso térreo, uma galeria comercial exterior coberta e com ventilação natural, gera um espaço público soalheiro e fresco, permitindo uma acessibilidade directa às frente de loja, aos átrios diferenciados de habitação e escritórios e a um pequeno jardim - esplanada nas traseiras. Acima existem, respectivamente, quatro pisos de escritórios, três de habitação simplex, e os dois últimos em duplex.
O conceito construtivo tem por base garantir um edifício sólido e simples, com grande durabilidade e baixa manutenção. O módulo de varandas reentrantes, permite, não apenas o ensombramento natural decorrente da sua profundidade, mas também criar zonas técnicas ventiladas e visitáveis para a climatização. A espessura decorrente, constituída por uma densa alvenaria de tijolo maciço, é interrompida por lajes de betão que funcionam como lintéis contínuos. Esta expressão tectónica é reforçada, quer pela materialidade, cor e textura do tijolo, quer pelo seu aparelho ao cutelo; evocativo da riqueza dos barros manuais africanos.
Paulo Martins Barata, João Luis Ferreira, Paulo Perloiro, Pedro Appleton e João Perloiro
Encomenda
Privada – concurso
Ano de conclusão
2014
Área geográfica
Lubango, Angola