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A sobreposição de várias restrições técnicas com o domínio público disponível resultou na definição de um estreito corredor óptimo sobre o canal ferroviário e uma área mais alargada sobre a estrada N10 como a zona mais adequada para a intervenção. As desadequadas condições do espaço de uso pedonal na faixa de território entre a ponte que deveria ser substituída e a localização proposta para a nova ponte sobre a linha férrea eram suficientes para questionar a localização da ponte sobre a estrada N10. Propôs-se uma nova localização, alinhada com o corredor óptimo sobre o canal ferroviário, efetivamente possibilitando a construção de uma única ponte ao invés das duas propostas no programa do concurso. Propôs-se com sucesso uma passagem superior, com pouco mais de 220m, interligando simultaneamente o pequeno jardim no núcleo urbano do Forte da Casa, a poente da N10, os espaços comerciais e de armazéns a nascente da mesma, e, mais para nascente, com o território do Parque Linear do Estuário do Tejo, depois de atravessar a Linha do Norte. Procurando clareza num contexto urbano incoerente, a solução procurou construir apenas uma linha no ar, que a partir da sua quase horizontalidade reflete e contrasta com a topografia, a complexidade e densidade infraestrutural e até, paradoxalmente com a sua interligação, com a desconexão entre tecidos urbanos. Uma linha no ar, pintada de verde, referência abstrata aos dois parques que interliga. Uma linha no ar que, por estar no ar, acrescenta um miradouro sobre a paisagem da lezíria onde quer chegar. Uma linha no ar construída com vigas de betão pré-fabricadas correntes e uma viga de aço, desenhada e estudada especificamente para o vão de maior extensão sobre a linha férrea.