Habitar PortugalHP

O local é delimitado pelo rio e pelo centro histórico da cidade, cujos edifícios com as suas características simbólicas e morfológicas o tornam único em termos de património cultural. As mudanças no desenho orgânico da frente ribeirinha ao longo dos anos levaram a reentrâncias ao longo da margem do rio. Este crescimento da cidade antiga permitiu a construção de uma rota com características físicas distintas, criando diferentes tipos de contacto com a água e diferentes limites dentro do centro antigo. O estacionamento existente foi substituído por uma área verde de lazer que se prolonga até à margem do rio, criando uma nova praça com áreas plantadas, sombreadas e abertas dando espaço a novas estruturas necessárias para eventos culturais. O novo desenho da circulação automóvel reduziu o tráfego sem o eliminar na totalidade. O plano originou vias de sentido único e zonas reservadas a pedestres e ciclistas. Tivemos como propósito organizar os novos elementos em três tipos de superfície: novos pavimentos em tijolo cerâmico, do tipo artesanal, capazes de resistir à circulação de pedestres, ciclistas e automóveis; áreas orgânicas, nas zonas sujeitas a maior expansão, possibilitando a modelação do terreno ou superfícies de relva; e passeios em calçada em continuidade com os existentes. Os trabalhos de escavação e infraestruturas foram também difíceis. O tipo de solo junto ao rio e os achados arqueológicos atrasaram a obra e exigiram alterações ao projeto. No entanto, julgamos que a população local apoiou o projeto desde o início. Foram organizadas várias reuniões públicas durante as fases de projeto e obra. A maioria dos participantes manifestou a preocupação em relação ao futuro da cidade e a esperança de que a intervenção pudesse reverter o declínio que se observava.