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A Reconversão da Faixa Marginal de Matosinhos Sul passa pelo tratamento de uma área de carácter público, onde se propõe a definição de um percurso contínuo e a construção de novos equipamentos, que constituam uma Frente Urbana Marítima e que referenciem pontualmente o percurso da marginal, respondendo às solicitações sentidas pela Câmara Municipal de Matosinhos e que mais naturalmente contribuirão para a animação desta zona.
Estas intervenções serão apoiadas por um parque de estacionamento subterrâneo, com capacidade para cerca de 250 lugares.
A plataforma de granito, confrontante com a praia, com cerca de 19m de largura e 740m de comprimento, permite a implantação de uma pista autónoma para bicicletas e skates, a par do percurso pedonal.
A Nascente, colmatam-se os quarteirões adjacentes com uma faixa arborizada, rematada por um passeio com 9m de largura, onde se situam as rampas de entrada e saída do parque de estacionamento.
 
Os equipamentos previstos ao longo da plataforma, funcionarão como objectos soltos do passeio, apoiados na areia, sendo o seu acesso feito por pontões.
A sua sequência é, a partir do extremo Norte: o Bar/Restaurante com esplanada, a Escola de Desportos Náuticos, a Discoteca, a Piscina e o Restaurante elevado no topo Sul.
Os materiais previstos serão predominantemente o ferro, a madeira e o vidro, apoiando-se numa linguagem próxima da arquitectura industrial. A imagem global resulta como se da continuação do Porto de Leixões se tratasse.
 
No caso do Restaurante Norte, a imagem de referência será a de uma jangada em ferro.
A construção do restaurante no topo norte da marginal, justifica-se dada uma maior proximidade ao centro urbano e, dado estar previsto dispôr de uma esplanada, esta será também a zona de implantação mais resguardada, criando um remate da frente marítima com a Avenida da República.
A área de construção total são cerca de 400m2, com 230m2 de  sala de refeições e 500m2 de esplanada. Estão previstos 120 lugares no interior.
 
Na Escola de Desportos Náuticos e na Discoteca, que se desenvolvem em dois cilindros associados, na direcção da Rua Carlos de Carvalho, a referência será a dos depósitos de combustível, uma das imagens fortes da cidade.
A área de construção total da Escola são cerca de1.250m2, distribuídos em 3 pisos, com salas de aulas, balneários, oficinas, arrumos para embarcações e um bar de apoio. O revestimento exterior está previsto em madeira.
A Discoteca terá uma área de construção de 770m2, com uma pista com pé-direito triplo e 5 bares distribuídos em 3 pisos. O revestimento exterior seria em chapa canelada de plástico, por forma a criar uma transparência ao movimento do interior.
 
A imagem de referência para a Piscina é a das embarcações fluviais, implantada na direcção da Rua de Sousa Aroso, junto a um dos acessos à praia.
A área de construção total são 1.830m2, com balneários, sanitários, zonas técnicas e um pequeno bar de apoio. As dimensões previstas da piscina são 13m x 25m.
 
A implantação do Restaurante elevado no topo Sul, junto ao cruzamento com a Rua Roberto Ivens, justifica-se dado ser a zona da praia mais sujeita às marés, mantendo-se assim o corpo do Restaurante alguns metros acima da linha do mar, à imagem dum contentor portuário suspenso numa estrutura metálica.
A área de construção total são cerca de 390m2, com 135m2 de sala de refeições. Estão previstos 68 lugares.
 
 
Os remates desta intervenção na Marginal de Matosinhos – a Área Envolvente ao Sr. do Padrão, a Norte e a Zona Central da Praça da Cidade de Salvador, a Sul – estão também a ser objecto de um projecto de requalificação urbana, enquadrada na intervenção do Programa Polis na Cidade de Matosinhos.
 
A Norte, junto ao molhe Sul de Leixões, ergue-se o Monumento do “Senhor do Padrão” ou “Senhor da Areia”, assim chamado por ter sido ali, segundo a tradição, que foi arrojada à praia, pelas ondas, a escultura do Senhor de Matosinhos.
Tratando-se neste momento duma zona um pouco “ao abandono”, a intenção do projecto é criar um percurso em granito dirigido ao Monumento e que estabeleça uma ligação mais coerente com a Rua de Heróis de França. Em redor do monumento marca-se uma pequena plataforma de lageado de granito, um ponto de paragem.
Por forma a colmatar as empenas das edificações confrontantes com este percurso, constrói-se um novo muro de pedra que funciona como um pano de fundo a uma zona mais densificada de arborização.
Nesta zona verde instalar-se-ão 4 postes de iluminação orientados para o Monumento, estudados e distribuidos por forma a obter-se uma iluminação contínua, sem estabelecer pontos de destaque do monumento, e de modo a não encandear quem passe.
O percurso será iluminado por focos embutidos no pavimento, com uma modulação regular.
 
Localizada ao eixo da Estrada da Circunvalação (E.N.12), via esta que define os limites administrativos dos dois concelhos envolvidos – Porto e Matosinhos, a Praça da Cidade de Salvador funciona também como uma rótula de ligação entre as duas marginais.
Tendo como base de trabalho a implantação da Rotunda definida pelo arqtº. Solá-Morales, e após diversos contactos com a Câmara Municipal de Matosinhos, a solução adoptada para o tratamento da Zona Central foi a criação de uma fonte.
O desenho da elipse interna à pré-definida, sofre uma ligeira torção por forma a que um dos eixos  que a formam seja comum ao da Estrada da Circunvalação.
Delimitada por uma orla vegetal, rematada com guias de granito, a fonte, terá cerca de 63m por 46m nos eixos Matosinhos/Porto e Circunvalação/Frente Marítima, respectivamente.
Construída em betão negro, terá uma face com mais altura no topo Nascente (Circunvalação), que corresponde à cota mais elevada do terreno.
A intenção era criar uma fonte com um ritmo de ondulação variável e um momento em que essas ondas rebentariam contra a já referida face mais alta, formando uma cortina de água ascendente.
Todos os equipamentos técnicos estarão enterrados, com acesso através da faixa verde.
Esta “piscina” de ondas poderá ser usada como possível pista de surf.
Ao propormos uma grande onda, é fundamental o impacto paisagístico à distância, daí a sua dimensão não poder ser inferior a 3 metros.
Caso este efeito não seja possível, ou seja demasiado dispendioso, a proposta do Arquitecto Solá-Morales de uma escultura ao vento poderá ser a alternativa.