12-17,
UMA PRAÇA NO VERÃO - CCB
A construção de um objeto que funcionasse para exibir filmes sobre arquitetura e música ao ar livre foi o pretexto para transformar a Praça do Centro Cultural de Belém (Manuel Salgado e Vittorio Gregotti, 1992) num espaço de estadia para os milhares de pessoas que visitam o CCB durante o verão. O projeto desenvolveu-se a partir de três circunstâncias:
1) A Praça é um espaço amplo de atravessamento, servindo de acesso ao Museu, ao restaurante e ao jardim suspenso de onde se vê o Tejo;
2) A arquitetura do edifício é regida por uma métrica, evidenciada na Praça pela quadrícula do pavimento, pela estereotomia da pedra lioz que reveste as paredes e pela organização dos vãos;
3) A cortiça foi o material de construção definido a priori pelo cliente. Construiu-se uma parede de blocos de aglomerado negro de cortiça, adossada ao longo da parede sul, em sombra quase todo o dia, incorporando um assento, fresco e confortável, que permitisse contemplar o espetáculo urbano do movimento constante de gente na Praça. A sua altura, definida pela base do arco existente de betão, e o ritmo da sua modulação, contraposta à métrica do CCB, conferiram uma escala nova a todo o espaço. Na extremidade poente, a parede dobrou-se para fechar a passagem aí existente, criando um recanto para ver os lmes ao abrigo do vento, à noite. A cor da parede em cortiça – composta por mil negros que mudam com o passar do tempo –, a sua textura – rude, macia e quente – e o seu cheiro fizeram com que a transformação da Praça não passasse apenas pela percepção da sua escala, mas também pela experiência da sua materialidade. Não deve ter havido uma pessoa que, ao atravessar a praça, não se aproximasse para tocar na cortiça com as mãos. Recusando a criação de um objeto, tratou-se de projetar uma situação que tivesse a capacidade de transformar a praça do CCB n’uma Praça no Verão.
1) A Praça é um espaço amplo de atravessamento, servindo de acesso ao Museu, ao restaurante e ao jardim suspenso de onde se vê o Tejo;
2) A arquitetura do edifício é regida por uma métrica, evidenciada na Praça pela quadrícula do pavimento, pela estereotomia da pedra lioz que reveste as paredes e pela organização dos vãos;
3) A cortiça foi o material de construção definido a priori pelo cliente. Construiu-se uma parede de blocos de aglomerado negro de cortiça, adossada ao longo da parede sul, em sombra quase todo o dia, incorporando um assento, fresco e confortável, que permitisse contemplar o espetáculo urbano do movimento constante de gente na Praça. A sua altura, definida pela base do arco existente de betão, e o ritmo da sua modulação, contraposta à métrica do CCB, conferiram uma escala nova a todo o espaço. Na extremidade poente, a parede dobrou-se para fechar a passagem aí existente, criando um recanto para ver os lmes ao abrigo do vento, à noite. A cor da parede em cortiça – composta por mil negros que mudam com o passar do tempo –, a sua textura – rude, macia e quente – e o seu cheiro fizeram com que a transformação da Praça não passasse apenas pela percepção da sua escala, mas também pela experiência da sua materialidade. Não deve ter havido uma pessoa que, ao atravessar a praça, não se aproximasse para tocar na cortiça com as mãos. Recusando a criação de um objeto, tratou-se de projetar uma situação que tivesse a capacidade de transformar a praça do CCB n’uma Praça no Verão.
Autores
José Neves
Colaboradores
Diogo Amaro
Promotor da obra
Centro Cultural de Belém
Tipo de encomenda
Adjudicação direta
Data
2017
Local
Lisboa
José Neves
Colaboradores
Diogo Amaro
Promotor da obra
Centro Cultural de Belém
Tipo de encomenda
Adjudicação direta
Data
2017
Local
Lisboa