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UMA PRAÇA NO VERÃO - CCB

A construção de um objeto que funcionasse para exibir filmes sobre arquitetura e música ao ar livre foi o pretexto para transformar a Praça do Centro Cultural de Belém (Manuel Salgado e Vittorio Gregotti, 1992) num espaço de estadia para os milhares de pessoas que visitam o CCB durante o verão. O projeto desenvolveu-se a partir de três circunstâncias:
1) A Praça é um espaço amplo de atravessamento, servindo de acesso ao Museu, ao restaurante e ao jardim suspenso de onde se vê o Tejo;
2) A arquitetura do edifício é regida por uma métrica, evidenciada na Praça pela quadrícula do pavimento, pela estereotomia da pedra lioz que reveste as paredes e pela organização dos vãos;
3) A cortiça foi o material de construção definido a priori pelo cliente. Construiu-se uma parede de blocos de aglomerado negro de cortiça, adossada ao longo da parede sul, em sombra quase todo o dia, incorporando um assento, fresco e confortável, que permitisse contemplar o espetáculo urbano do movimento constante de gente na Praça. A sua altura, definida pela base do arco existente de betão, e o ritmo da sua modulação, contraposta à métrica do CCB, conferiram uma escala nova a todo o espaço. Na extremidade poente, a parede dobrou-se para fechar a passagem aí existente, criando um recanto para ver os lmes ao abrigo do vento, à noite. A cor da parede em cortiça – composta por mil negros que mudam com o passar do tempo –, a sua textura – rude, macia e quente – e o seu cheiro fizeram com que a transformação da Praça não passasse apenas pela percepção da sua escala, mas também pela experiência da sua materialidade. Não deve ter havido uma pessoa que, ao atravessar a praça, não se aproximasse para tocar na cortiça com as mãos. Recusando a criação de um objeto, tratou-se de projetar uma situação que tivesse a capacidade de transformar a praça do CCB n’uma Praça no Verão.

  • A Praça do CCB é um espaço amplo de atravessamento, servindo de acesso ao Museu, ao restaurante e ao jardim suspenso de onde se vê o Tejo.
  • Para quem chega, a parede em cortiça surge como ombreira do grande vão de entrada na Praça.
  • A parede de blocos de aglomerado negro de cortiça adossa-se, como um lambril, ao longo dos 68 metros da parede sul da Praça, em sombra durante quase todo o dia.
  • Tal como nas fachadas de muitos palácios, um banco permite-nos contemplar o espectáculo urbano do movimento constante de gente na Praça ou estarmos sozinhos, se preferirmos.
  • Na extremidade poente, a parede dobrou-se para fechar a passagem aí existente, criando um recanto para ver os filmes ao abrigo do vento, à noite.
  • A altura da parede — 2.80m — é definida pela base do arco existente de betão que abre visualmente a Praça para a cidade.
  • Com a presença da parede em cortiça, a forma, a materialidade, a cor, a luz e a sombra da praça mudam constantemente.
  • As arestas verticais e horizontais foram tratadas diferentemente, umas vivas e outras boleadas, para que resistissem e envelhecessem de maneiras distintas.
  • Detalhe
  • A leitura de uma obra efémera pode, de certa maneira, tornar-se permanente, perdurando na memória de quem a experimentou.
  • Em vez de projectar um objecto, tratou-se de tirar o máximo partido do espaço existente, transformando profundamente o seu carácter.
  • Secção AA’
  • Detalhes

A Praça do CCB é um espaço amplo de atravessamento, servindo de acesso ao Museu, ao restaurante e ao jardim suspenso de onde se vê o Tejo.  

Francisco Nogueira  

Para quem chega, a parede em cortiça surge como ombreira do grande vão de entrada na Praça.  

Francisco Nogueira  

A parede de blocos de aglomerado negro de cortiça adossa-se, como um lambril, ao longo dos 68 metros da parede sul da Praça, em sombra durante quase todo o dia.  

Francisco Nogueira  

Tal como nas fachadas de muitos palácios, um banco permite-nos contemplar o espectáculo urbano do movimento constante de gente na Praça ou estarmos sozinhos, se preferirmos.  

Francisco Nogueira  

Na extremidade poente, a parede dobrou-se para fechar a passagem aí existente, criando um recanto para ver os filmes ao abrigo do vento, à noite.  

Francisco Nogueira  

A altura da parede — 2.80m — é definida pela base do arco existente de betão que abre visualmente a Praça para a cidade.  

Francisco Nogueira  

Com a presença da parede em cortiça, a forma, a materialidade, a cor, a luz e a sombra da praça mudam constantemente.  

Francisco Nogueira  

As arestas verticais e horizontais foram tratadas diferentemente, umas vivas e outras boleadas, para que resistissem e envelhecessem de maneiras distintas.  

Francisco Nogueira  

Detalhe 

Francisco Nogueira  

A leitura de uma obra efémera pode, de certa maneira, tornar-se permanente, perdurando na memória de quem a experimentou.  

Francisco Nogueira  

Em vez de projectar um objecto, tratou-se de tirar o máximo partido do espaço existente, transformando profundamente o seu carácter.  

© José Neves, Arquitecto  

Secção AA’ 

© José Neves, Arquitecto  

Detalhes 

© José Neves, Arquitecto  

Autores
José Neves

Colaboradores
Diogo Amaro

Promotor da obra
Centro Cultural de Belém

Tipo de encomenda
Adjudicação direta

Data
2017

Local
Lisboa