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O Platô da Graça constitui-se como uma pequena “praça” muito intensa e urbana de passagem pedonal, situada no coração do bairro onde a circulação nos passeios (que não têm mais de 60cm de largura), apertados e desconfortáveis, se opõe à largueza de um platô que tem todos os ingredientes para ser um ponto de convergência, como uma bolsa de oxigénio que alivie momentaneamente o quotidiano urbano da Graça.
Dada a estranheza da configuração do lote, ou seja, “não precisa passar por dentro do espaço para ir a algum lugar”, o espaço é ocupado apenas de maneira insatisfatória como lar de meia dúzia de almas, ou por quem não tem casa e ali encontra um espaço onde pode cair sem ser muito incomodado.
A estratégia de recuperação tentou ser simples: lixar, limpar as superfícies dos muros de betão armado, recuperar as caldeiras das árvores, e pintar todos os elementos possíveis da cor amarela (igual aos elétricos que passam à frente). De seguida, foi erguida uma estrutura metálica como uma grande pérgula
no espaço-praça, remanescente de como então o lote foi ocupado por forma a imprimir volume e substância ao platô. O espaço foi dotado de um ponto de informação aberto e informal, INFO POINT, uma planta de desenho do bairro com todos os locais a visitar incluindo o comércio local e outros
de natureza social, o espaço servindo como livro aberto de informações turísticas, que consegue ser, em paralelo com o Largo da Graça, um segundo ponto de convergência para aqueles que vindo visitar o bairro se encontram com os habitantes locais. Construir rapidamente com recurso a um sistema
de tubular de 4,8cm de diâmetro, tubos de ferro e sistema de braçadeira de andaimes, permitiu transformar quase de modo “automático” a utilização do espaço, que até acaba por acolher de forma permanente uma paragem da Carris afeta à circulação do elétrico 28. O projeto foi testado à escala real
e autoconstruído por um conjunto de estudantes participantes do encontro MEDS 2013.