Habitar PortugalHP

O conjunto de construções situado no gaveto das Ruas da Penaventosa e das Aldas apresenta características tipológicas semelhantes ao das “Ilhas”, nome dado no Porto aos bairros de habitação operária que surgiram no finais do Sec.XIX, como resposta às necessidades de alojamento da Revolução Industrial.
Percorrendo a Rua das Aldas, entramos na porta n.º 18, subimos uma escada estreita para um espaço encerrado por muros de granito. Onze construções precárias e densamente ocupadas dão lugar a cinco novas habitações.
As habitações organizam-se em duas plataformas, à cota 67.45 e 69.85 respectivamente, ligadas por um percurso pedonal que parte da Rua das Aldas (cota 65.80) e remata na Rua de S. Sebastião (cota 70.70).
Na primeira plataforma (cota 67.45), temos acesso a três habitações: a primeira, de estrutura linear e de um piso abre-se sobre a Rua das Aldas.
A segunda, organiza-se em torno de um pátio central coberto por uma parreira que prolonga a sala para o exterior e a terceira remata este conjunto a Sul.
Ao nível da segunda plataforma (cota 69.85) encontram-se duas habitações: uma de um piso virada para o Rio, e a outra de dois que garante a transição volumétrica para o edifício de quatro pisos confinante a Poente.
Dado o mau estado da “Ilha”, o projecto prevê a sua renovação, reutilizando alguns elementos espaciais, estruturais e volumétricos.
No desenvolvimento do projecto elegeram-se do sítio os seus elementos marcantes: as grossas paredes de granito que limitam o gaveto, que conjuntamente com os afloramentos rochosos ao nível da rua lhe conferem a imagem insólita de um castelo pontuado por pequenas aberturas viradas para a cidade.
Na organização interna das habitações definem-se os espaços mínimos de habitabilidade que articulados com os pátios e largos respondam às necessidades dos seus utentes.
O tratamento dos espaços exteriores assume particular importância com a criação de dois largos e um percurso de ligação, reforçando o hábito de viver no exterior desta zona da cidade.