Espaço público como representação



Na categoria Símbolo procuramos dar destaque a obras de revalorização espacial e integração funcional das áreas de intervenção no contexto, físico e simbólico, em que se inserem. Obras maioritariamente de redesenho do espaço público em locais com um forte significado cultural e local. Obras que, pela sua dimensão e contexto, funcionam como condensadores da memória coletiva.

A reabilitação do espaço público dos centros históricos é por definição um trabalho de sensibilidade, que acrescenta uma nova camada a um território marcado por diversas passagens da História. É um desenho de renovação mas, simultaneamente de grande anonimato, que não se pretende sobrepor ao contexto existente. Esta é, provavelmente, a característica comum mais evidente entre as diferentes intervenções que integram este primeiro grupo, desde a requalificação de praças urbanas ou pequenos largos, como o Páteo de São Miguel, em Évora, de Francisco Barata Fernandes; a Requalificação Urbanística da Praça do Toural, Alameda de São Dâmaso e Rua de Santo António, em Guimarães, de Maria Manuel Oliveira e CE/EAUM; a Envolvente do Paço dos Henriques, em Alcáçovas, de José Filipe Ramalho; até obras de reestruturação, repavimentação e requalificação da malha urbana dos centros históricos, como a Requalificação Urbanística e Ambiental dos Espaços Púbico da Mouraria, em Lisboa, de Tiago Silva Dias; a Requalificação dos Espaços Públicos da Mouraria de Moura, de Sofia Salema e Pedro Guilherme; a Ligação Pedonal do Pátio B do Chiado, Largo do Carmo e Terraços do Carmo, em Lisboa, de Álvaro Siza e Carlos Castanheira; a Requalificação do Centro Histórico de Valença, de Eduardo Souto Moura; e a Revitalização do Centro Urbano de Camarate, em Loures, de José Adrião. Incluem-se na categoria Símbolo também obras de redesenho de percursos e espaços exteriores em zonas de valor histórico e ambiental, como a Requalificação do Monte Latito e Campo de São Mamede, em Guimarães, de Mercês Vieira e Camilo Cortesão; a Envolvente do Aquanatur e Balneário Termal de Vidago, de João Paulo Loureiro; o Parque Vista Alegre, em Beja, de José Manuel Carvalho Araújo; e obras de desenho do espaço público inseridas em grandes intervenções de infraestruturação, tais como o desenho da Piazza Municipio, em Nápoles, a primeira fase da obra de Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura e Tiago Figueiredo associada à abertura da estação de metro “Municipio-Porto”.

No caso das obras do Edifício-Praça Eça de Queiroz, em Leiria, de Gonçalo Byrne; da Envolvente da Plataforma das Artes e da Criatividade, em Guimarães, dos Pitágoras Group; da Envolvente do Centro de Interpretação da Batalha de Atoleiros, em Fronteira, de Gonçalo Byrne e Oficina Ideias em Linha; do Armazém do Mercado, no Funchal, de Paulo David; e da Reconversão da Garagem dos Clara & C.a em Espaço Público, em Torres Novas, de Gonçalo Louro e Cláudia Santos com Tierri Luis: a revalorização do espaço exterior surge associada à renovação ou construção de um novo edifício, como prolongamento de um equipamento público. Seja
pela integração na malha urbana de áreas fundamentais do espaço da cidade, pela revalorização do espaço interior de quarteirões urbanos ou pela abertura de novos atravessamentos públicos, todas estas intervenções oferecem novos espaços exteriores à cidade que se distinguem pelo seu protagonismo como um novo lugar de centralidade urbana e palco de atividades coletivas.